Parecia meio tolo ficar tímida quando o corpo já estava toda molhada da chuva e a camiseta branca revelava uma lingerie rosa e os traços delicados do seu corpo. Passaram o dia inteiro juntos, pelo simples prazer de passar, se redescobrindo, pois já se conheciam à tempos, mas era a primeira vez que ela se permitia aquecer por dentro. Seu ritmo sempre fora o de seguir gradualmente, mas depois de tudo o que conversaram, ela sentia que poderia se abrir um pouco mais.
Se atreveu, como nunca em sua vida, e tirou delicadamente sua roupa com a intenção de mergulhar no mar. Não o convidou, não cabia e não queria. Queria vê-lo vê-la. O olhar dos dois era o suficiente para saber o que se passava na mente de cada um, não precisava proximidade ou toque. Ela foi ao mar naquela noite fria e voltou para ele, à procura de seus braços.
Na verdade ela queria seu calor, independente da maneira que ele entregaria a ela, ela já não se importava mais com os limites que sempre delimitava. Era como se eles sempre estivessem naquele movimento, naquela sintonia, então não cabia nenhum limite, uma vez que todos eles foram abaixo naquele dia, como nunca em outro momento de sua vida.
Então ela simplesmente relaxou ao lado dele e ele a embalou carinhosamente em seu braços, numa tentativa tola de protegê-la. Ele queria tudo o que ela poderia dar, mas se conteve em sentir seu corpo. Não fazia diferença quando aconteceria o que, simplesmente sabiam que aquilo tudo tinha um sentido maior e que tinham todo o tempo do mundo para fazer o que quisessem, não tinham pressa em viver absolutamente nada.
Para ele aquele momento foi como uma comunhão com a vida, ele cuidava dela como se tentasse fazer com que nada a fizesse mal. Sabia que haveriam momentos em que não poderia ir contra, mas queria ficar naquela maneira, cuidando.