O que faz você feliz?

Pra me fazer feliz nem precisa de muito e às vezes precisa de um tantão.
Tem dias que um sorvete tá bom. Tem dias que tem que ser um pote inteiro.
Pra me fazer feliz, tem gente que me manda flores, é lindo, mas elas murcham.
Tem gente que tá lá sempre que eu chamo e me faz feliz que só.

Eu costumo ser um pouco feliz todo dia.
Tem dia que dá e sobra e tem dia que eu tenho que fazer uma força, achar um jeito.
Tem dia que nem assim dá, mas tudo bem, no outro dia eu acordo de novo.

Toda a minha vida eu sigo assim. Tem dia, tem semana, tem mês, tem ano, que não dá muito certo.
Eu não desisto. Eu tento, tento e tento.

Resoluções de fim de ano…

Quando eu penso a respeito de 2013 eu vejo todo o tipo de coisa: erros, acertos e crescimentos. Em todo tipo de proporção e em todo tipo de jeito.

Vejo também como as pessoas lidaram com essas situações e com meus exageros. Vejo todo tipo de intenção e todo tipo de reação. Deu para entender bem a que cada um veio e deu para não deixar dúvidas que eu preciso ficar mais atenta com a índole das pessoas, e isso findou por me incluir também.

Eu acabei eliminando muita gente, de propósito e por tempo de distância também, mas eliminei principalmente as pessoas que escolheram não me querer por perto, eu parei de insistir com elas e aceitar que não agradamos a todos. Alguns dos eliminados voltaram, provocados por mim ou por si. O que demonstra que nem todo adeus é permanente.

O mais importante de 2013 é que eu decidi ficar com o meu melhor, sem culpa, sem medo e sem receio. Eu tenho imensa dificuldade com despedidas e despedidas com hábitos são as piores, pois nos despedimos de algo que fomos ou que amávamos ser. Isso mesmo: amava.

Para 2014 eu só consigo pedir que todas as coisas tomem seus lugares, seja dentro ou fora de minha vida, isso também inclui a bagunça eterna do meu quarto e minha mania de não me livrar de coisas que não uso mais.

Que toda consciência atinja a todos. Consciência do que é bom, para que não seja desvalorizado, e do ruim, para que pelo menos sirva de mal exemplo.

Utilidade privada

Ser o seu melhor, não quer dizer mostrar o quanto você é legal.
As pessoas percebem isso por si, e se não perceberem, deve ter algo errado nelas, não em você.

Como ser o seu melhor? Seja útil. Para qualquer pessoa.
Seja útil quando sua mãe pedir ajuda, seja útil quando alguém derrubar todos os papéis no chão, seja útil com seu colega de trabalho, quando ele não souber de algo.

Se não surgir nenhuma oportunidade para ser útil com alguém específico, seja útil para todos. Vá caminhar naquela pracinha que você tanto gosta com um saco de lixo na mão, recolha o q conseguir, faça isso na sua rua, na sua calçada.

Seja útil para você mesmo também, se dê uma massagem, faça para si um nova receita, te leve até uma exposição legal, faça uma bacia de pipoca e uma seleção especial de filmes que você adora e aproveite a companhia de amigos. Ser útil, muitas vezes é apenas ser feliz.

Faça gente feliz, fazer gente feliz é a maior utilidade da humanidade. ^^

Da não presença presente

Eu tenho saudades que nem em um milhão de anos eu poderia matar.
Eu tenho vida pulsante, vida que flui, vida que permanece, mas olho pra trás sem medo de querer voltar.
Eu tenho vontade de seguir, de buscar, de conhecer, de encontrar, mas a expectativa daquele reencontro eu guardo com esmero.
Eu tenho sonhos, eu tenho conquistas, eu tenho um milhão de planos, mas parar um pouco pra rever fotos sempre ocorrerão.
Eu tenho novas ideias, novos ideais e várias coisas pra redescobrir, mas todos aqueles velhos conceitos estão enfiados em algum lugar.
Posso me recriar inteira, posso mudar cabelo, pele e forma, que o passado estará guardado em algum álbum velho empoeirado no topo da estante.

Eu posso fugir, negar e não lembrar, mas meu passado está ali, em algum lugar, em alguma mágoa, em alguma saudade, em alguma lembrança. Um presente que não jogo fora, uma carta, cartão ou convite de aniversário. Na dedicatória do livro que ganhei ou que presenteei. Naquela blusa divertida que usei aquele dia. Naquela música que dançamos loucamente, ou naquele brinde de comemoração por mais alguma conquista. Por aquele desabafo, frustração ou conversa jogada fora pelo desperdício de tempo. Por aquele riso, aquela lágrima e também pelo silêncio. Está ali em algum lugar.

Parece que até o ausente tem uma certa presença no que se passa agora, só em não ser, ele já era.

Mar

Parecia meio tolo ficar tímida quando o corpo já estava toda molhada da chuva e a camiseta branca revelava uma lingerie rosa e os traços delicados do seu corpo. Passaram o dia inteiro juntos, pelo simples prazer de passar, se redescobrindo, pois já se conheciam à tempos, mas era a primeira vez que ela se permitia aquecer por dentro. Seu ritmo sempre fora o de seguir gradualmente, mas depois de tudo o que conversaram, ela sentia que poderia se abrir um pouco mais.

Se atreveu, como nunca em sua vida, e tirou delicadamente sua roupa com a intenção de mergulhar no mar. Não o convidou, não cabia e não queria. Queria vê-lo vê-la. O olhar dos dois era o suficiente para saber o que se passava na mente de cada um, não precisava proximidade ou toque. Ela foi ao mar naquela noite fria e voltou para ele, à procura de seus braços.

Na verdade ela queria seu calor, independente da maneira que ele entregaria a ela, ela já não se importava mais com os limites que sempre delimitava. Era como se eles sempre estivessem naquele movimento, naquela sintonia, então não cabia nenhum limite, uma vez que todos eles foram abaixo naquele dia, como nunca em outro momento de sua vida.

Então ela simplesmente relaxou ao lado dele e ele a embalou carinhosamente em seu braços, numa tentativa tola de protegê-la. Ele queria tudo o que ela poderia dar, mas se conteve em sentir seu corpo. Não fazia diferença quando aconteceria o que, simplesmente sabiam que aquilo tudo tinha um sentido maior e que tinham todo o tempo do mundo para fazer o que quisessem, não tinham pressa em viver absolutamente nada.

Para ele aquele momento foi como uma comunhão com a vida, ele cuidava dela como se tentasse fazer com que nada a fizesse mal. Sabia que haveriam momentos em que não poderia ir contra, mas queria ficar naquela maneira, cuidando.

Auto-sinceridade

Estava eu vendo um ensaio fotográfico com cães abandonados e frases. Todos chamam muito a atenção, mas este, em particular, me chamou muito.

I´m fine. - Estou bem.

I´m fine. – Estou bem.

Passamos dia após dia, respondendo a essa pergunta com muita hipocrisia e até um pouco de impessoalidade. O pior é que muitas vezes estamos rodeados por pessoas que poderiam ouvir sua resposta sincera que elas apenas compreenderiam. Não, não pense que isso é ruim. Aliás, compreensão é um sentimento lindo, quando verdadeiro, mas não é esse o ponto que eu pretendo chegar.

Houve um momento em que eu visitava um amigo em seu trabalho, para conversar amenidades, e por muitas vezes eu respondia: “Estou respirando”, com um sorriso do tamanho do mundo e rindo muito naquele dia. Isso refletia a passagem por dificuldades que eu nem sabia como lidar somado a uma postura de firmeza, de seguir em frente e de trabalhar com o que se tem. Eu não sei se considero isso como um “Estou bem” verdadeiro, nem um “Estou mal”.

Eu quero chegar no ponto em que tudo é meio que uma questão de espírito, é em como vemos as coisas, não julgo mais ser certo ver o copo meio cheio ou meio vazio, é apenas uma questão de não tentar tendenciar para nenhum dos lados visualizar com o copo obtendo 100ml de água.

Creio que o melhor olhar para aquilo tal qual ele é, por isso a resposta “Estou respirando”, quer dizer estou viva, com problemas aqui e acola, pronta pruma festa, ou prum cinema, ou prum livro, ou pra dormir. Viver, viver e viver.

Autoria da fotografia: http://www.martinusborne.com/project/nicetomeetyou

Do verbo aprender…

E sempre vai ter alguém que vai se concentrar mais no seu erro do que no seu acerto. Isso se chama pessimismo ou apenas uma desculpa para não querer mais amizade conosco. Acaba sendo da escolha de vida de cada um.
Daí temos aquela premissa: “Quem quer dá um jeito, quem não quer dá uma desculpa.”
Tendo certeza e consciência dessa frase, fica sua escolha seguir em paz com a escolha do outro ou não.
Até dá para remoer por um tempo, dramatizar um pouco e sofrer um cadinho, mas nada que você faça vai mudar a escolha do outro.

Então a paz interna de cada um consiste não apenas em não brigar com os outros, mas consiste também em aceitar o que vier deles. Aceitar e respeitar.

Consciência limpa que fez o melhor (mesmo errando, talvez muito), vale muito mais do que insistir em ter o melhor do outro. É meio que faça o seu e o resto é resto…

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Confesso que de todas as coisas que a gente precisa aprender na vida, essa foi a que eu mais apanhei. Eu me apego, não quero deixar ir mesmo, quero entender, perguntar, saber de cada detalhe, mas chega o momento que cansa um pouco ou um muito… Uma hora isso entraria na minha cabecinha dura. Ficou uma rachadura do tamanho do mundo na cabeçona, mas parece que eu entendi…

 

 

Do verbo escolher…

 

1366364753505Leitura boa e capaz de dar pesadelos em pessoas mais sensíveis a cenas forte (eu!). Muito bom o clássico, com um texto muito doido, uma leitura certamente um pouco difícil pela linguagem peculiar, mas incrível. Ainda não encarei o filme, mas tenho certeza de que vou gostar tanto quanto o livro. O DVD esta devidamente comprado para uma breve oportunidade.

Interessante foi a discussão sugerida pelo autor, bem e mal e sobre a vida em si. Sobre como no final todos nós queremos a mesma coisa, sobre como um dia mudamos naturalmente de opinião e sobre como todas as pessoas podem ser queridas independente do que elas sejam.

O principal tema que ele sugere é sobre a liberdade de escolhe e de como um mal não vale a pena mesmo que se evite um outro mal. Ele demonstra sobre aquela frase: “Os fins, justificam os meios.”. Questionando sobre que meios são esses e o que se paga por esses meios.

Muito horroroshow, como diria Alex. rs

Animais: Virgulino, parte 1

BA_PV80CIAAYzV_ (1)Esse é meu amado filho, Virgulino Lampião, filho da finada Jupira, próximo de completar seus 3 longos anos de vida. Tem um ditado que fala que o animais morrem rápido porque já aprenderam a amar, enquanto que as pessoas precisam aprender. Minha teoria é a de que animais sabem tudo, não apenas amar, mas se entregar e se preservar, principalmente os gatos.

Muita gente odeia gatos por dizer que eles são interesseiros, eu concordo, mas acho que o excesso de sinceridade deles é que incomoda de verdade.

Quando ele não quer companhia, ele sai. Quando ele quer comida, ele pede. Quando ele não está feliz com as pessoas em determinada casa, ele simplesmente vai embora e some, sem cerimônias, sem despedidas, sem delongas, e ele foi… Simples assim.

Sinceridade excessiva e cerimônias inexistente. O primeiro já foi, o segundo eu to aprendendo…

Paredes

E a pele deles se tocavam lentamente e aos poucos o calor parecia se espalhar lentamente por cada molécula do corpo. E com o leve tocar da pele eles se fundiam aos poucos. E parecia que eles se tornavam um, e depois dois, e depois retomavam à unidade e a respiração ofegante os traziam a tona do que acontecia.

Aquilo não podia ser só pele, tinha algo mais, algo mais significativo, algo mais transcendental. Parecia que a vida inteira era regida para aquele momento de união e paixão, e desejo, e prazer.

Parecia com o universo conspirava à favor dos dois e que nada nem ninguém poderia impedir os dois, ou fazer daquele momento ser menos ou ser esquecido por qualquer coisa que seja.

A vida acontecia lá fora acontecia como sempre, mas algo sublime acontecia ali dentro, não apenas dentro do quarto, mas dentro dos dois. A cada movimento era como se além dos corpos se confundindo, havia outro misto, outra confusão muito maior e mais intensa acontecendo dentro deles, talvez fosse amor ou paixão, talvez eles fossem almas gêmeas, dessas histórias que nem a gente escuta por aí, mas eles nunca poderão saber.

Depois daquele dia, houveram outros dias, mas não muitos, não o suficiente para significar o eterno, mas mais do que suficiente para ser inesquecível.